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GFNY Brasil por Márcio de Miranda


Na largada com a minha treinadora Márcia ferreira / Márcio de Miranda

Há pouco mais de uma ano aconteceu o anúncio oficial que o Brasil sediaria o Gran Fondo Nova York pela primeira vez. O local escolhido foi a agradável e simpática Conservatória, distrito de Valença, localizada no sul do estado do Rio de Janeiro. Até aquele momento, mais conhecida como a Cidade da Seresta. Mas no último domingo, 6 de agosto, os violões ficaram de lado e as bicicletas invadiram as ruas da região. Proporcionando um festival de cores e alegria, que contagiou todos.

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Cheguei em Conservatória na sexta-feira que antecedia a disputa, para poder descansar e fazer uma boa prova. Já havia estado na região em março, no primeiro Group Ride, realizado pelos organizadores do GFNY Brasil. Fiz o reconhecimento do percurso que havia escolhido, o Médio Fondo (72km) e já havia montado mentalmente a minha estratégia para não me desgastar muito nas longas subidas. O traçado tinha um pouco mais de 1000 metros de altimetria acumulada.

No sábado a cidade já estava lotada de pessoas, carros e bikes. A Expo GFNY Brasil acontecia na quadra de esportes da Escola Municipal Maria Medianeira, que sofreu melhorias da organização para receber a feira. Aproveitei a oportunidade para comprar gel, espátula para trocar pneu entre outras coisas.

Entrada da Expo / Márcio de Miranda

Acordei bem cedo no domingo, pois o curral de largada fecharia às 6:45h devido a largada que ocorreria 15 minutos depois. Na hora a temperatura estava beirando os 9.ºC, mas não havia nuvens, céu azul e preferi encarar o frio, pois sabia que na primeira subida esquentaria.

Confraternizando com amigos antes da largada / Márcio de Miranda

Foi dada a largada e lá fui eu. Fazendo o que havia planejado, me poupando para encarar bem as longas subidas. Mas no km15 surgiu a primeira câimbra na coxa direita, parei alonguei e segui em frente. Mas sentia a musculatura pulsando, nada que me preocupasse até aquele momento. Mas no km 33, outra forte câimbra na coxa esquerda, parei alonguei e segui em frente preocupado. Neste momento a dor já começava aumentar, aproveitei os trechos de descida para descansar e aliviar a musculatura. Segui assim por vários quilômetros, no km 45, foi a pausa mais longa. As duas pernas começavam a travar e fiquei parado por uns 10 minutos na beira da estrada. No meio deste "sofrimento" um grupo de ciclistas parou, eles me deram um gel com cafeína para aliviar as câimbras e dar um gás extra para concluir o pedal. Mas no km 52 travou tudo de vez, coxas e panturrilhas. Foi uma dor insuportável, onde precisei me escorar na bike para não cair. Neste momento chorava muito e até agora não sei se o choro foi por causa das dores ou por saber que estava perto da chegada.

Os 52km percorridos e altimetria / Reprodução Strava

Poucos minutos depois chegou a van cerra-fila, que passa recolhendo atletas com problemas mecânicos e me ofereceu "resgate". Respondi: não obrigado, foi só uma câimbra, conheço o percurso, falta pouco e vou seguir. Tentei empurrar a bike, montei nela, mas as pernas já não respondiam. Lágrimas outra vez e a desistência.

Adriano retirando a minha bike da van / Márcio de Miranda

Fui ajudado por Adriano Castro, motorista da van, que colocou a minha bike no rack. Foram os 20 km mais sofridos, pois conhecia a estrada e os últimos quilômetros eram de descida, mas realmente não conseguia andar a pé.

Quando chegamos no centro de Conservatória, fui ao posto médico procurar atendimento, pois ainda teria que dirigir umas três horas para chegar em casa. Os organizadores da prova haviam disponibilizado uma tenda com massagistas e Luciana Gonçalves conseguiu destravar as minhas pernas.

Luciana tentando salvar as minhas pernas / Márcio de Miranda

Depois do fim indesejado do Gran Fondo, fui encontrar os amigos no Pasta Party e ouvir e contar histórias das nossas experiências naquele dia. Foi um evento incrível, o astral fantástico. A cidade entrou no clima e foi emocionante viver esta história. Não posso deixar de dizer que Antonio "Pipo" Garnero fez o melhor tempo (04h29m18s) entre os homens e Marcella Toldi (04h46m29s), entre as mulheres na distância competitiva de 160 km. Ano que vem estarei lá outra vez.

Pipo e o pódio feminino / Márcio de Miranda

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