1º Foro Latinoamericano de Bicicleta online discutiu a mobilidade urbana durante e pós-pandemia
Com o ano de 2020 chegando ao fim, é hora também de avaliarmos o que
aconteceu de bom e de ruim, principalmente no segmento da bicicleta, que viveu
um momento de grande aquecimento em meio a pandemia do novo Covid-19.
Essa mesma pandemia acabou inviabilizando o Shimano Fest, tradicional
encontro e festival da bicicleta onde a indústria do segmento nacional e da América
Latina se reúnen. Entretanto, aproveitando os benefícios da tecnologia de plataformas virtuais, a Shimano tomou a iniciativa de promover um debate inédito online para a América Latina,
onde se discutiram diversos aspectos do novo cenário e do conceito que se
forma em torno da bicicleta neste período desafiador, discussões estas que
normalmente acontecem na Arena Mobilidade do Shimano Fest.
O evento online realizado dia 17 de dezembro, contou com a participação de
importantes personagens do setor da bicicleta de países da nossa região e,
tratou de temas fundamentais que impactaram diretamente nosso mercado
durante este período como: a infraestrutura que acompanha e determina o
desenvolvimento da atividade ciclística urbana, a movimentação incomum do
mercado e o impacto social da cultura da bicicleta. No discurso de abertura, o
presidente da Shimano Latin America, Fabio Takayanagi, pontuou a importância
da iniciativa da Shimano em promover este debate com a presença de
palestrantes deste calibre e importância.
“Diferenças cambiais e obstáculos a importação podem ser contratempos
constantes, porém, o problema básico para o fortalecimento e popularização da
bicicleta é o desenvolvimento de sua cultura e da infraestrutura que a
acompanha, esse é o maior desafio da nossa indústria”, afirmou Nicolás
Muszkat, Diretor Comercial da Shimano Latin America. “Aqui na Argentina por
exemplo, estamos longe de chegar ao que já está acontecendo em outros países
do nosso continente. Não basta apenas construir ciclovias: é necessário evoluir
com uma educação adequada e de responsabilidade, que deve vir impulsionada
pelos órgãos governamentais”, finalizou Nicolas.
O encontro, uma nova proposta tanto de formato, quanto de conceito, foi um
sucesso que contou com a participação de público de cerca de 200 profissionais
de diferentes setores do segmento da bicicleta do Brasil e América Latina, desde
mídia especializada, empresários, fabricantes, lojistas e representantes do 3o
setor ligado a mobilidade. A ideia geral é a de que 2020 foi um ano realmente
complicado sob todos os aspectos, porém, no tocante a bicicleta, o ano foi
enormemente positivo, mostrando a vocação da magrela como um meio de
transporte privilegiado para nosso futuro.
“No setor da bicicleta não podemos nos queixar: este ano foi realmente bom.
Nunca a bike esteve tão bem posicionada na mente das pessoas e o comércio
varejista ganhou força. Na América Latina, muitos países reagiram ao lockdown
com infraestrutura, porém, fica claro que ainda precisamos de muitos quilômetros
de vias e de regulamentação, mas que esbarram, na verdade, em uma limitação
da vontade política”, pontuou Ricardo Montezuma, arquiteto colombiano
especialista em urbanismo.
Do Brasil, a sempre cativante e inspiradora Renata Falzoni, editora e
coordenadora do portal e Canal de Youtube Bike é Legal, deixou clara a
necessidade de se criar uma rede de ciclovias integradas para trabalhadores em
grandes centros urbanos do Brasil, colocando em foco também o desestímulo
ao uso de automóveis. Nessa mesma linha, Hernán Silva, da Climate Reality
Project do Chile, falou sobre a nova lei de viabilidade que contempla a redução
de velocidade máxima e a implementação de zonas de trânsito pacificado no
Chile.
“Na Colômbia, a partir da figura vitoriosa do ciclista Nairo Quintana e de grandes
êxitos nas principais competições mundiais, o ciclismo se converteu em paixão
nacional, um esporte mais apreciado até que o próprio futebol. Esse fato, tem
impulsionado a cultura da bicicleta muito mais do que fazem o governo ou
mesmo as infraestruturas implantadas” pontuou Jorge Aristizábal, Gerente Geral
da HA Bicicletas, uma das principais empresas de bicicleta do continente e distribuidora oficial de Shimano na Colômbia.
E com todo debate voltado para este período tão atípico no cenário mundial uma
conclusão que foi possível tirar deste 1o Fórum Latino-americano, é o longo
caminho que ainda temos a percorrer na América Latina com relação ao
desenvolvimento da cultura da bicicleta. Não obstante, também ficou bastante
claro que as bases para que a bicicleta se transforme em protagonista de forma
definitiva na vida das cidades e das pessoas, estão assentadas.
“Apenas esforços para aumentar vendas, comércio e produção, não é o
suficiente; temos que trabalhar desde a base da pirâmide, para algum dia termos
muitos ciclistas, tanto profissionais quanto recreativos, ainda bem jovens.
Quando observamos que é seguro para nossas crianças pedalarem nas cidades,
temos um bom termômetro de como anda a cultura da bicicleta em determinada
região. De nossa parte, podem contar com a Shimano; seguiremos contribuindo
com projetos como este, e orgulhosos de todo o trabalho realizado por nossa
equipe Latino-americana de marketing”, concluiu Nicolás Muszkat diretor da
Shimano sediada na Argentina.
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