Paris-Roubaix: 55km de paralelepípedos, possível quebra de recorde e aposentadoria de Tom Boonen
No próximo domingo, 9 de abril, vai acontecer a 115ª edição da Rainha das clássicas. O apelido dado a Paris-Roubaix é sugestivo, esta corrida é diferente, lendária. Ela acontece fora dos tradicionais cenários de corrida e para vencê-la é preciso superar os temidos quilômetros de paralelepípedos que fazem parte do percurso. A disputa pode ser decidida nos 29 setores de piso irregular.
A equipe BMC (E.U.A) vai levar o cara da temporada, o belga Greg Van Avermaet, ouro no ciclismo de estrada da Rio-2016 e em 2017 conquistou a Gent–Wevelgem, E3 Harelbeke e Omloop Het Nieuwsblad, sem esquecer o segundo lugar na Strade Bianche. Até o momento é o maior rival do eslovaco Peter Sagan.
Já os alemães da bora-hansgrohe apostam no eslovaco Peter Sagan, atual bicampeão do mundo de estrada UCI. A outra equipe americana, Trek, deposita as fichas no alemão John Degenkolb que tem experiência neste tipo de piso e já venceu a Milan–San Remo (2015) e a competição em 2015.
O belga Tom Boonen, da equipe Quickstep Floors, tetracampeão da Paris-Roubaix (2005, 2008, 2009, 2012) vai escrever o último capítulo da sua vitoriosa carreira no Inferno do Norte e busca se isolar no ranking de maiores vencedores da prova. Atualmente ele compartilha o primeiro lugar com o seu compatriota Roger De Vlaeminck (1972, 1974, 1975 e 1977).
A edição deste ano terá 29 setores de paralelepípedos, o maior deles é o Hornaing to Wandignies com 3,7km de extensão, ao todo vão ser 55km de calçamento precário. Além disto, a caravana vai passar na icónica Trouée d'Arenberg (2400 metros), Mons-en-Pévèle (3000 metros) e Carrefour de l'Arbre (2100 metros), este último antes dos 20 km de asfalto. A prova pode ser decidida ali, para muitos será a última chance de um ataque vitorioso, antes de entrar no famoso Velódromo André-Pétrieux.
Nas primeiras edições a largada era em Paris, e desde 1968 a cidade foi alterada para Compiègne, a aproximadamente 60 km do centro da capital francesa, sendo mantida a cidade da chegada. Famosa pelo terreno difícil e seus trechos de paralelepípedos, ela é chamada de Inferno do Norte, Um Domingo no Inferno, Rainha das Clássicas.
Para enfrentar o terreno adverso, as bicicletas tem seus quadros e rodas desenvolvidas especialmente para esta prova. Pneus furados ou problemas mecânicos são comuns, geralmente influenciando na definição do vencedor da prova.
Perfil da prova
Primeira edição - 1896
Número de edições - 114 (até 2016)
Primeiro vencedor - Josef Fischer (Ale)
Último vencedor - John Degenkolb (Ale)
Ciclistas com mais vitórias
Roger De Vlaeminck (Bel) - 1972, 1974, 1975, 1977
Tom Boonen (Bel) - 2005, 2008, 2009, 2012
Curiosidades
O belga Raymond Impanis completou 16 edições durante os anos de 1947 e 1963 tornando-se o recordista. Servais Knaven e Gilbert Duclos-Lassalle completaram 15 edições.
Gilbert Duclos-Lassalle tornou-se em 1993 o ciclista mais velho a ganhar uma edição, possuindo na época 38 anos e 8 meses.
A vitória por maior diferença de tempo aconteceu em 1970, quando Eddy Merckx derrotou Roger de Vlaeminck por 5 minutos e 21 segundos.
A vitória por menor margem foi de 1cm e ocorreu em 1990, entre Eddy Planckaert e Steve Bauer.
A vitória mais lenta aconteceu em 1919, quando Henri Pélissier ganhou a prova após percorrer em 12 horas e 15 minutos as estradas devastadas pela Primeira Grande Guerra.
A mais longa escapada vitoriosa - 222 km, foi empreendida pelo belga Dirk Demol em 1988.