UCI segue na luta contra fraude tecnológica nas corridas e abre canal para denuncias
A União Ciclística Internacional (UCI) desde a eleição do britânico Brian Cookson para presidência da entidade em 2013 vem desenvolvendo regras, sanções adequadas, controle e inspeções periódicas para coibir vantagens indevidas.
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As regras e sanções foram introduzidas e podem ser encontradas nos artigos 1.3.003 e 1.3.010 do Regulamento da UCI. Neles foram introduzidos importantes recursos e controles com a marca de 40.000 testes nos últimos dois anos. Eles incluem, por exemplo, mais de 4.000 inspeções no Tour de France de 2017 e 1.000 no Campeonato Mundial de Grand Fondo da UCI no final de agosto.
Em maio de 2016, os principais meios de comunicação de todo o mundo estiveram na sede da UCI para uma apresentação completa e discussão sobre o trabalho nesta área. O método de teste atualmente utilizado pela UCI, consiste em uma varredura de resistência magnética, que provou ser eficaz tanto em testes como em uso real. Também foi verificado de forma independente pelo laboratório de testes industriais Microbac, baseado nos Estados Unidos a eficácia do método em 100% dos testes.
O sistema é composto por três partes, todas essenciais:
• Tablet;
• Adaptador para criar um campo magnético fixo;
• Software calibrado.
Como qualquer equipamento de teste, os scanners devem ser usados corretamente para serem efetivos. A UCI fornece treinamento extensivo aos operadores sobre como usar o equipamento e como interpretar os resultados.
Os técnicos são treinados para usarem o scanner, caso surja alguma irregularidade, as bikes devem ser desmontadas para não deixar nenhuma dúvida.
A imagem térmica tem sido usada em várias ocasiões e pode ser útil, mas é limitada porque detectaria apenas um motor quando em uso, ou logo após quando o motor ainda estivesse quente. Ocasionalmente é usado o raios-X, mas isso é lento, requer um grande espaço para garantir a segurança pública e está sujeito a uma legislação amplamente variável de país para país.
Além disto, a UCI criou um canal de comunicação ( materiel@uci.ch ) para denúncia caso haja alguma desconfiança de fraude tecnológica.
O primeiro caso de doping mecânico aconteceu em janeiro do ano passado no Mundial sub-23 em Zolder, na Bélgica. A ciclista belga Femke van den Driessche, de 19 anos, estava com um motor escondido na bicicleta e foi pega pelos fiscais.
Na época Brian Cookson defendeu punição exemplar e a mais rigorosa possível. Regras preveem suspensão mínima de seis meses e multa a partir de 200 mil francos suíços (mais de R$ 750 mil) para quem for pego na dita fraude tecnológica, com possibilidade de punição também para treinadores, mecânicos e demais envolvidos.
Logo após o escândalo, a ciclista belga acusada de usar bicicleta com motor escondido numa prova de mountain bike decidiu não se defender da acusação e avisou que abandonaria o esporte.