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Bicicletas elétricas de pedal assistido estão com fome de mercado


Na Cycle Fair, feira da indústria das bicicletas em São Paulo, as novidades mais significativas tinham a ver com bikes elétricas. Não é de hoje que especialistas em mobilidade urbana acreditam no crescimento do setor. Pelo que se percebeu nos três dias do evento (22 a 24 de setembro), os empresários estão nessa mesma sintonia.

A EBMS, Empresa Brasileira de Mobilidade Sustentável, aposta suas fichas na marca Pedalla, que teve avant-première na Cycle Fair. O lançamento oficial deverá ser entre fim de outubro e começo de novembro, com cinco modelos de bicicletas de pedal assistido e preços entre R$ 3,3 mil e R$ 8 mil.

“A Pedalla tem foco só em bicicleta elétrica. Acreditamos no crescimento do mercado, com grande potencial”, explica o diretor da EBMS, José Eugênio Pinheiro. “O brasileiro ainda não está muito familiarizado com bicicleta elétrica. Por isso nós fizemos um esforço na feira de convidar as pessoas a um test drive, sentar numa bicicleta elétrica e pedalar. Ao final todos ficam maravilhados”, relata.

POR QUE USAR UMA BIKE ELÉTRICA?

SEM PRECONCEITO

Os preços ainda são desafiadores no mercado das elétricas no Brasil. Isso se deve em boa parte aos altos impostos. Segundo o movimento Bicicleta para Todos (bicicletaparatodos.com.br), o percentual de taxas sobre o preço final de uma bicicleta (elétrica ou não) no país é, em média, de 70%. O IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados, um dos que incidem sobre bicicletas, por exemplo, é de 10% para as produzidas fora da Zona Franca de Manaus (a maioria, já que só 21% saem da região). Para efeito de comparação, o mesmo IPI sobre carros populares é de 3,5%, segundo reportagem do jornal O Globo.

Não há, porém, só esse entrave. O preconceito também atrapalha. Muito ciclista que carrega orgulhoso por aí a bandeira da mobilidade torce o nariz para as elétricas, por achar que são “coisa de preguiçoso que não quer fazer esforço”. Bobinhos, né? Ignoram com isso o potencial inclusivo dos equipamentos com pedal assistido (os de aceleração manual são considerados ciclomotores, não se encaixam no perfil). As elétricas abrem o mundo das bikes a um público que não pode ou não quer, por razões as mais diversas, transpirar tanto em seu meio de transporte. Por intermédio delas esse público ganha a chance de aderir a uma vida mais saudável, sim, e sustentável para o meio ambiente.

“Preconceito é bobagem, e tem que acabar. O pessoal está cansado de pegar trânsito, o transporte público no Brasil não é eficiente, e na bicicleta elétrica você pode fazer exercício também, se quiser. Vai ter qualidade de vida e chegar mais rápido ao seu destino”, opina Lucas Vitale, da Vela Bikes, outra a fazer lançamento na Cycle Fair, no caso o modelo Vela S, a partir de R$ 3.790, “mais leve, urbano e acessível”, que chega ao mercado dois anos depois do precursor, o Vela 1 (fotos acima), ambos com bateria embutida no canote e um tratamento visual vintage.

BICICLETA DE PEDAL ASSISTIDO É BIKE, SIM

SPECIALIZED LANÇA A TURBO VADO

A Specialized, uma das maiores marcas de bicicleta do mundo, aproveitou a Cycle Fair para mostrar sua novidade no mercado das elétricas, a Turbo Vado (foto abaixo). Não é a primeira iniciativa da empresa no segmento, mas a mais significativa em termos de entender que o mercado vai crescer, segundo a gerente de marketing da Specialized, Marina Richwin.

“A gente já vem apostando nas e-bikes há alguns anos, e fomos inovadores. A gente acredita fortemente que isso é o futuro. E a Vado veio para revolucionar totalmente o mercado. Principalmente num país como o nosso, tão quente, uma bike elétrica que te dá uma força extra na hora de pedalar te permite chegar mais confortável ao teu destino. Está aí o futuro das nossas cidades”, destaca Marina. O otimismo é até em relação a uma possível redução nos altos custos para trazer a bicicleta para o Brasil (a Turbo Vado, voltada para um público de maior poder aquisitivo, tem preço final de R$ 24.990): “A taxa de importação dessas bicicletas no país limita um pouco o consumo, sim. Não fosse isso, muito mais gente estaria utilizando, mas a gente acredita que isso vai melhorar”, diz a gerente de marketing.

PIRELLI E CALOI TAMBÉM ESTÃO NESSA

A onda das elétricas está levando mesmo grandes companhias a se preparar para surfá-la. A Pirelli anunciou seu retorno ao mundo do ciclismo durante a feira Eurobike, na Alemanha, no início de setembro. E apresentou os Cycl-e, pneus exclusivos para bikes elétricas. No Brasil a campeã de vendas Caloi lançou sua primeira linha de elétricas, a E-Vibe. Segundo reportagem da revista Isto É, mesmo sem revelar os números, a empresa informou ter vendido, em apenas dois dias, também no começo de setembro, o que era esperado para seis meses. E olha que o modelo City Tour, voltado para uso urbano, custa a partir de R$ 8 mil, ainda de acordo com a reportagem.

Segundo estudo divulgado em 2013 pela consultoria Navigant Research, a quantidade de bicicletas elétricas vendidas no mundo chegará a 38 milhões de unidades até 2020. O crescimento maior deverá ser no mercado da América Latina, com previsão de aumentar 14%, enquanto no planeta a expectativa é de a comercialização subir 3% no período.

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