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Primeira etapa da Copa do Mundo de MTB XCO de Stellenbosch, por Raiza Goulão


Raiza Goulao em ação /  Matthew DeLorme

A Copa do mundo de MTB começou um pouco mais cedo que nos anos anteriores, mas com a estreia de uma pista de tirar o folego. Stellenbosch é para mim um dos melhores circuitos da história das WCs.

Fizemos 3 dias de treinos na pista, mas sempre fica aquela sensação de que dava para aprender uma nova linha ou melhorar a fluidez na pilotagem. O circuito se divide em 2 zonas, cada uma com uma subida mais longa e obstáculos bem técnicos como rock gardens e drops. Alinhei pela primeira vez em minha carreira na primeira fila. É uma sensação indescritível, inexplicável, um frio na barriga muito forte quando chamam as 8 atletas mais bem posicionadas no ranking.

Sempre fico muito ansiosa antes da prova, mas consegui realizar uma largada perfeita e me encaixei no grupo das 8 primeiras. Suportei este ritmo por 2 voltas, fluindo muito bem em todo o percurso. Foi uma WC na qual consegui pela primeira vez seguir tudo o que foi planejado para o pré prova, alimentação e hidratação. Na terceira volta estava na 15 ̊ posição, mas com um grupo de 7 atletas logo na minha frente, com menos de 20 segundos de diferença.

Apesar de treinar bastante no ritmo que coloquei durante as primeiras voltas, a partir da quarta o corpo sentiu o desgaste da longa viagem, dos treinos ou quem sabe do próprio stress. Comecei a ter um desconforto na lombar e não consegui mais sustentar o ritmo anterior. Briguei com as minhas pernas, mas não consegui reagir quando comecei a ser ultrapassada. Lutei muito para conseguir fechar na 22a colocação. Confesso que fiquei um pouco frustrada por ter criado uma expectativa de conseguir um resultado melhor, principalmente quando estava andando no grupo da frente, mas lembro de tudo que passei e construí até agora, e só encontro mais motivação para continuar lutando pelos meus sonhos, cada vez mais ousados.

Raiza durante a prova / Matthew DeLorme

Minha mondraker podium mais uma vez mostrou suas qualidades. Mesmo correndo de hardtail, a bike foi muito eficiente neste exigente percurso. Equipada com XX1 Eagle e coroa 34t, encontrei todas as opções de marchas que necessitei. As rodas Prototypes, como sempre rígidas e confiáveis apesar do baixíssimo peso, deram conta do recado e me deram segurança para encarar as pedras e os saltos. Agradeço a todo suporte da minha equipe PMRA Racing Team, por novamente me entregar um equipamento perfeito para a prova.

Após a prova, avaliando os dados obtidos com o pedivela Rotor InPower, analisei com meu treinador Victor Rodriguez e meu coach Flavio Magtaz alguns pontos a serem trabalhados para continuar evoluindo a minha performance. Agora nos resta treinar muito e buscar os objetivos estabelecidos.

Aproveitarei essa semana para recuperar bem e fazer bons treinos para o Cape Epic. Logo depois virá mais uma sequência longa de viagens para o pan-americano na Colômbia e para a etapa da CIMTB em Araxá.


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