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GFNY Brasil tem quebra de recorde, mesmo com percurso mais técnico, fortes subidas e grandes retas


Léo pedalando escapado do pelotão para vitória / Márcio de Miranda - Planeta da Bike

Com um clima perfeito – temperatura de 16º C na largada e 19º C na chegada, com vento fraco e neblina em vários momentos – mais de 1.500 ciclistas do Brasil e do exterior disputaram hoje da segunda edição do Gran Fondo New York Brasil (GFNY Brasil), uma das principais provas de ciclismo de estrada do país, na cidade fluminense de Conservatória. Com o tempo de 4h20m19s, o mineiro Leonardo Aguiar foi o campeão do percurso longo, com 160km, de subidas pesadas, descidas e retas da Serra da Beleza, com uma altimetria acumulada de2.832m. Com esta marca, ele é o novo recordista da GFNY Brasil, superando Antônio “Pipo” Garnero, que venceu, no ano passado, com 4h28m18s. O pódio foi completado por Anderson Zomer, com 4h21m02, e Natan Mahler, com 4h21m30s. No feminino, a vitória foi de Victória Martins Reimali, com 4h49m06, seguida por Maria Camila Gianella, com 4h51m19s, e Daniela Genovesi, com 4h51m45.

- Foi uma prova dura, com competidores de alto nível, o que valoriza a conquista. Não acreditava que iria ganhar. Foi uma realização. Mas fui mentalizando cada pedalada, cada quilômetro a mais. E no final foi uma realização -, afirma Aguiar, que no ano passado foi o sétimo colocado. - Como as subidas exigem muito, percebi que não estava rendendo como meus adversários, minha única chance de ganhar era fazer uma fuga no plano, que estava andando bem, aproveitando que o asfalto estava em excelente estado. Consegui me afastar do primeiro pelotão e fui abrindo. Depois o pensamento foi manter o ritmo e vencer. Graças a Deus que deu certo -.

Batedor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dando suporte aos atletas / Márcio de Miranda - Planeta da Bike

Já a paulista Victória Reimali conseguiu o primeiro lugar em sua estreia no Gran Fondo New York Brasil.

- Foi uma competição muito boa, com percurso lindo, com excelente infraestrutura e adversárias fortes. Como seria uma prova longa, procurei manter minha estratégia de estar à frente do grupo feminino, pensando muito mais em como eu estava na prova do que me preocupar com as outras competidoras -, disse a campeã, que já reservou em seu calendário de competições para estar na terceira edição do GFNY Brasil.

Para Maria Luisa Jucá, organizadora da prova ao lado da ex-jogadora de vôlei Fernanda Venturini, as mudanças feitas no percurso para a edição deste ano fizeram com que a prova ficasse mais técnica, o que agradou os ciclistas.

- Essas mudanças trouxeram grandes conquistas para os ciclistas de todos os níveis e estilos e que gostam de desafios. O percurso deste ano ofereceu subidas pesadas para aqueles que são especialistas nessa fase e também para os que são mais velozes, pois as retas, com asfalto liso, permitiram que eles impusessem um ritmo mais forte -, afirma Maria Jucá. - Para a terceira edição já temos novidades à vista -.

Nalbert depois de concluir a pedalada / Márcio de Miranda - Planeta da Bike

Entre os participantes, dois expoentes do vôlei masculino do Brasil deram suas pedaladas pelos 160km do Gran Fondo New York Brasil. O ponteiro Nalbert e o técnico Bernardinho.

- Descobri no ciclismo uma maneira de me divertir, de manter a forma. Sempre gostei de esporte e na minha infância, antes de me dedicar completamente ao vôlei, eu pedalava muito. É um resgate desta minha paixão pelo ciclismo -, afirma Nalbert, que tenta conciliar seus treinos com sua agenda de compromissos profissionais, entre eles o de comentarista de TV. - Estou me divertindo demais. É duro, estou fazendo o melhor que posso. É um baita de um esporte -.

O músico Dado Villa-Lobos também participou da prova / Márcio de Miranda - Planeta da Bike

Após sua aposentadoria das quadras, onde teve conquistas importantes como o ouro olímpico nas Olimpíadas de Atenas um Campeonato Mundial e três Ligas Mundiais, o ciclismo vem preenchendo o vazio das competições. - O ciclismo tem me dado a endorfina e a adrenalina do esporte. A diferença é que o desafio não é com os russos, sérvios, italianos e americanos. Agora é comigo mesmo. Tento me superar ao máximo e me diverti muito com isso e por muito tempo -.

Brincando com o “chefe”, como Nalbert se referia ao técnico Bernardinho quando era seu comandado por ele na seleção, o ex-jogador elogia o amigo de longas jornadas.

- Bernardo é um herói. Quase 60 anos e está fazendo quase todas as provas. Acorda às 4h para treinar. Só admiração -, diz Nalbert. - Agora eu sei porque ele fazia a gente treinar aquilo tudo na seleção. Era vontade dele mesmo treinar e, como não podia, botava a gente para treinar. Agora com o ciclismo ele está se encontrando novamente -.

Bernardinho cruzando a linha de chegada / Márcio de Miranda - Planeta da Bike

Chegando depois de Nalbert, Bernardo estava satisfeito com seu desempenho na prova. Mais treinado que no ano passado, ele chegou sorrindo por ter feito os 160km sem sentir câimbras.

- Esse ano treinei mais, estava mais condicionado, tanto que fiz um triatlon olímpico. Mesmo com a semana tendo sido dura (ele chegou de São Paulo no início da noite após um evento em São Paulo e um voo de 1h30m), foi um sofrimento dentro do normal, não tive câimbra nem parei para nada -, afirma ele. - Peguei uns pelotões bons, onde consegui impor um ritmo bom. A prova foi muito boa, linda, com um visual sensacional. A sensação de fechar os 160km é incrível -.

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