Brasil Ride comemora o sucesso de sua maior edição em nove anos
A nona edição da Brasil Ride, principal ultramaratona de mountain bike das Américas e uma das provas mais difíceis do gênero no mundo, terminou neste fim de semana, quando reuniu no sábado (27) mais de 2.000 ciclistas em Arraial d'Ajuda, Porto Seguro. Competiram no último dia do evento cerca de 540 atletas de 22 países na ultramaratona e outros 1.500 participantes de quatro países e 20 estados, além do Distrito Federal, na Maratona dos Descobrimentos. Para a organização do evento, após dias intensos no extremo Sul da Bahia, o sentimento foi, mais uma vez, de missão cumprida. "Pelo nono ano consecutivo realizamos a ultramaratona Brasil Ride, com a certeza de que fizemos o nosso trabalho da melhor forma possível. Por isso, agradecemos a todos que mais uma vez confiaram na nossa organização, seja competindo na ultramaratona ou na Maratona dos Descobrimentos. As inscrições com descontos da Brasil Ride 2019 já esgotaram-se, as quais chamamos de Early Bird, e estamos próximos de atingir a metade das 500 vagas abertas", afirmou Mario Roma, fundador da prova.
"Recebi notícias de algumas pousadas de Arraial d'Ajuda confirmando reservas de atletas já para o período da Brasil Ride 2019, marcada para os dias 21 a 27 de outubro. Ou seja, tudo indica que teremos uma edição histórica, a de 10 anos do nosso principal evento, e que terá muitas novidades, principalmente em termos de percurso das etapas", revelou Mario Roma, o fundador da Brasil Ride. Na disputa da elite masculina, que ofertou 120 pontos aos campeões nos rankings olímpico e internacional do cross country (XC), Henrique Avancini (BRA) e Manuel Fumic (GER) foram os campeões, com o tempo de 21h07min54seg. Completaram o top 5 Tiago Ferreira (POR) e Hans Becking (NED), em 21h13min13seg, Alexey Medvedev (RUS) e Francesco Failli (ITA), em 21h25min09, os campeões das Américas, Lukas Kaufmann (BRA) e Sherman Trezza (BRA), em 21h31min46, e Sebastian Fini (DIN) e Martins Blums (LAT), em 21h36min45.
Na elite feminina, também com a mesma pontuação ofertada nos rankings da UCI (União Ciclística Internacional), as cinco primeiras colocações foram das duplas: Sandra Santanyes (ESP) / Anna Ramirez (ESP), em 28h19min53seg, as campeãs das Américas, Viviane Favery (BRA) / Marcella Toldi (BRA), em 28h51min00, Paula Gallan (BRA) / Franciele Almeida (BRA), em 29h29min20seg; Ilda Pereira (POR) / Mayalen Noriega (ESP), em 29h49min40seg; e Ivonne Kraft (GER) / Agnes Naumann (GER), em 31h19min50seg Nas duplas mistas, vitória de Lyne Bessette (CAN) e Thiago Drews Elias (BRA), em 27h08min05seg. Na categoria máster, Edson Luis Corradi (BRA) e Luis Flávio Moura de Castro (BRA) foram os campeões, em 25h28min14. Pablo Rodrigues (ARG) e Raul Navarro (VEN), em 28h57min19seg, conquistaram o título da grand master. Regivaldo Marques Moreira e Robson Mendes, em 31h45min48seg, garantiram o troféu da nelore, enquanto Erico Sampaio Julio, Rodrigo Fuganti e Wagner Mendes venceram a corporativa, em 25h05min48.
Entrevista com Henrique Avancini
Visando o intercâmbio entre modalidades esportivas relacionadas ao ciclismo, a organização da Brasil Ride lançou, durante a nona edição, uma nova categoria que estreia no décimo ano do evento: a Iron Rider. Trata-se de uma categoria para atletas que tenham participado ao menos duas vezes de provas de triatlhon de longa distância. "Será muito simples para o atleta comprovar a inscrição dele nesta nova categoria. Bastará nos enviar o certificado de conclusão de dois triathlon de longa distância", disse Mario Roma. "A ideia é trazer mais gente para o mountain bike e somar dentro do esporte, tendo ainda mais praticantes do MTB. Enxergo que neste caso todos gostam de bicicleta e da prática esportiva e assim devemos ser uma comunidade só. Esses triatletas poderão dar o depoimento deles no futuro, nos dizendo o que é mais difícil: treinar e competir em um triathlon de longa distância ou fazer o mesmo para disputar os sete dias da Brasil Ride", finalizou Roma. Programado para ser disputado pela primeira vez no Brasil no ano que vem, o Campeonato Mundial 24h Solo de Mountain Bike 2019, nos dias 27 e 28 de julho, traz uma novidade para o esporte nacional. Pela primeira vez o evento terá a categoria PNE - Portadores de Necessidades Especiais -, após um pedido feito pela organização da Brasil Ride, o circuito de provas de mountain bike e corrida de montanha que mais fomenta o esporte entre os atletas PNE. Superação dos PNE's na Brasil Ride - A Brasil Ride mostrou mais uma vez que nada é impossível quando se tem força de vontade. Este é o caso da dupla formada por Bruno Paim, de 19 anos, ciclista que não possui os dois braços, e de Everson Batista, de 35 anos, que tem uma prótese na perna esquerda. Após sete dias de prova, Bruno e Everson cruzaram a linha de chegada da última etapa da competição e tornaram-se finishers, com o tempo acumulado de 38h47min41seg, na 184ª colocação geral, entre as 204 duplas que conseguiram concluir a ultramaratona.
Os atletas da Brasil Ride tiveram uma motivação extra na quarta etapa da prova, com 101 km de distância e 2.600 m de altimetria acumulada. O desafio Red Bull Zera o Pico foi um prêmio de montanha na subida das Sete Voltas, considerada a mais difícil de toda competição. Por quase dois quilômetros, os ciclistas precisavam “zerar” a ladeira, ou seja, sem colocar o pé no chão, valendo os títulos para competidores das categorias profissional e amadores, masculino e feminino. No entanto, a subida foi tão difícil que nenhuma mulher conseguiu zerar. Os primeiros homens foram Henrique Avancini e Lucas Gomes, premiados com uma jersey especial e receberam no sábado (27) um troféu especial entregue pela Red Bull.