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Abraciclo estima que produção de bicicletas no Brasil, poderá atingir 857 mil unidades no próximo an


Fábrica da Sense em Manaus / Divulgação

De janeiro a novembro deste ano saíram das linhas de produção das fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus – PIM 751.784 unidades, o que significa um avanço de 16,5% sobre o volume registrado em igual período de 2017 (645.484 unidades), conforme dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo.

No desempenho isolado de novembro, as fabricantes produziram 83.726 unidades, alta de 8,4% sobre o mesmo mês de 2017 (77.254 unidades) e queda de 6,6% na comparação com outubro (89.609 unidades).

Diante deste resultado, as fabricantes revisaram para cima as projeções para o fechamento do ano. A expectativa agora é de produção total de 779 mil unidades no presente ano, correspondendo a uma alta de 17% na comparação com 2017 (667.363 unidades). A previsão inicial era atingir 765 mil unidades, o que representaria uma elevação de 15%.

Cyro Gazola VP de bicicletas da Abraciclo / Divulgação

Segundo Cyro Gazola, vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Abraciclo, depois de quatro anos de declínio, a indústria demonstrou uma retomada nos negócios em 2018 impulsionada pela maior oferta de produtos, preços mais competitivos e expansão da mobilidade urbana. “Isso significa ampliação das ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas”, comenta.

Outro motivo para o desempenho expressivo é a redução do índice de inadimplência, aliada ao aumento da oferta de crédito ao consumidor.

Além de aumentar as expectativas para o encerramento de 2018, a entidade também está otimista para o próximo ano.

“Acreditamos que haverá crescimento de 10% na produção de 2019, devendo chegar a 857.000 unidades, sendo 78.000 unidades a mais do que as 779 mil de 2018”, diz Gazola.

De acordo com o executivo, esta expectativa está baseada nas mudanças e implantação de novas medidas na economia que podem ocorrer com o novo governo, além da continuidade dos lançamentos de bicicletas de maior valor agregado pelas atuais fabricantes do PIM.

As projeções revisadas de 2018 e as anunciadas para 2019 encontram-se a seguir.

No mês de novembro foram produzidas 38.067 unidades de bicicletas da categoria Urbana, representando numa queda de 17,1% sobre as 45.904 unidades fabricadas no mesmo período do ano passado. Na comparação com outubro do presente ano (51.568 unidades) a redução foi de 26,2%.

A categoria Mountain Bike (MTB) contou com 44.769 unidades produzidas, volume 52,3% maior em comparação com novembro de 2017 (29.397 unidades) e 19,9% superior ao registrado no mês anterior do presente ano (37.328 unidades).

Por último, a categoria Estrada totalizou 890 unidades produzidas em novembro, significando recuo de 54,4% sobre o mesmo mês do ano passado (1.953 unidades). Contudo, na comparação com outubro houve expansão de 24,8%, com 713 bicicletas produzidas.

Ainda de acordo com a Abraciclo, o segmento MTB vem crescendo principalmente porque envolve um tipo de bicicleta que passou a ser utilizado também nas cidades, apesar de sua aplicação clássica como veículo off-road.

Dados da entidade mostram, também, que no acumulado de janeiro a novembro foram fabricadas 428.168 bicicletas da categoria Urbana (participação de 57%), 316.862 unidades de MTB (42,1%) e 6.754 unidades de Estrada (0,9%).

Confira a seguir as características básicas das bicicletas de cada categoria:

Urbana/Recreacional – caracterizada pelas bicicletas projetadas para mobilidade urbana ou recreação fora da terra. Para isto, oferecem maior conforto, com posição de pedalar mais confortável, amortecimento frontal ou não, pneus slick (com banda lisa) e semi-slick (banda com cravos bem baixos ou desenhos), para-lamas ou não e luzes de segurança.

Linha de montagem da Oggi no PIM / Divulgação

Mountain Bike – bicicletas destinadas ao público adulto, geralmente com aros de 26 a 29 polegadas, quadros full-suspension e/ou amortecimento frontal. Ideais para o uso em trilhas e terrenos acidentados.

Estrada – bicicletas com aro de 700 milímetros, pneus estreitos slick e quadro e garfo sem amortecimento. Destinadas às modalidades de performance no asfalto.

Os volumes de bicicletas produzidos no PIM nos onze meses do ano foram distribuídos para comercialização para as seguintes regiões do País: Sudeste, com 55,6% das unidades; Sul, 19,4%; Nordeste, 14,6%; Centro-Oeste, 5,8%; e Norte, com 4,5%.

A produção de bicicletas elétricas no Brasil representa apenas 0,35% do volume total, contudo este cenário deverá mudar em breve. Projeções da Abraciclo apontam que em 2019 13 mil unidades deverão ser fabricadas no Polo Industrial de Manaus. A expectativa está baseada, principalmente, no aumento do interesse da indústria por este nicho do setor.

Cyro Gazola diz que isso acontece principalmente porque este produto atende com eficiência o avanço e as necessidades da mobilidade urbana atual. “O uso cada vez mais acentuado de bicicletas elétricas é uma tendência mundial e deverá chegar com força no Brasil”, diz.

Na Europa, por exemplo, este nicho vem se desenvolvendo rapidamente nos últimos dez anos. “Hoje o volume de vendas de bicicletas elétricas no mercado europeu já representa de 30% a 40% do total”, complementa Gazola.

De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) analisados pela Abraciclo, a importação de bicicletas totalizou 109.031 unidades no acumulado dos onze meses do ano, representando uma queda de 22,4% sobre o mesmo período de 2017 (140.512 unidades).

Neste período, as bicicletas vieram principalmente da China (83,7%), seguida de Taiwan (6,1%) e de Portugal (3,6%). Somente em novembro, quando foram importadas 14.539 unidades, a China representou 91%, Portugal 5,3% e Taiwan 3,4%.

Também com base na análise da Abraciclo sobre dados do MDIC, de janeiro a novembro foram exportadas 12.391 bicicletas produzidas no Brasil, significando uma alta de 13,5% sobre igual período do ano passado (10.919 unidades). O principal mercado foi o Paraguai com 50,2%, seguido do Uruguai (25,1%) e Bolívia (14,4%).

No desempenho apenas de novembro, o Paraguai foi o principal mercado externo das bicicletas brasileiras com 1.696 unidades (70,4% de participação), seguido por Chile (640 unidades e 26,6% de participação) e Peru (55 unidades e 2,3%).

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