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Emilia Bugarin assina nova coluna quinzenal, sobre ciclismo feminino e ultradistância



Nota do editor: A partir desta quinta-feira, 30 de junho, a Ultraciclista Emilia Bulgarin se junta ao Planeta da Bike como nossa colunista convidada. Ela estará quinzenalmente aqui falando sobre ciclismo feminino, ultradistância e mais..... Seja bem-vinda Emilia!!!!!!


A ultraciclista Emilia Bugarin começou a pedalar em 2018 após fazer duas maratonas de corrida (42km) descobriu que as dores que sentia nos pés ao correr eram uma lesão séria nos pés proveniente dos anos em que foi obesa. Venceu a obesidade e hoje pesa menos 46km que em 2014 quando decidiu mudar de vida.


Emilia é a única mulher da America Latina a participar da Virtual Race Across America (VRAAM) 100% indoor, conquistando o 5º lugar em 2020 - modalidade 1.500km com 25mil altimetria em 5 dias e QUALIFICADA para a renomada RAAM Solo.


Ela também acumula a conquista de 8 Everestings desde 2019 (8.848m escalados em uma única atividade e montanha), a 2ª mulher no mundo com mais conquistas e detém titulo mundial de maior número de conquistas de Basecamps (4.424m escalados): 10.


Atualmente ela vem treinando para Mundial de Ultraciclismo, que vai acontecer em Novembro deste ano nos EUA, visando o primeiro grande passo na preparação para a RAAM Solo em 2023. Emília fará o Training Camp e a prova com a supervisão da treinadora Dani Genovesi, bicampeã da RAAM Solo.



Nos seus desafios, Emilia sempre busca abraçar uma causa: doação de leite, alimentos, apoio as causas sociais, tratamento de câncer, cobertores e acolhida a necessidades comunitárias.


Além de se dedicar 100% ao ultraciclismo, ela conta com uma equipe multidisciplinar de treinamento: Head Coach Daniela Genovesi, nutricionista Rafael Brasilia, preparador físico Alan Bastos e fisioterapeuta Adriano Silva.


Abaixo ela fala para nós um pouco do que é a RAAM!


A RAAM (Race Across America) é uma das mais clássicas corridas de longa distância do universo do ciclismo e considerada a mais difícil pela sua combinação de distância, terreno e clima. O percurso a ser percorrido é 30% maior que o do Tour de France, porém, deve ser finalizado em metade do tempo que a competição europeia. O atleta ou equipe tem 12 dias corridos para completar o percurso de cerca de 3.000 milhas (quase 5.000km) e 50.000m de altimetria acumulada.



Desde 2020 quando me qualifiquei para a RAAM (Race Across America) sigo treinando visando a sonhada ida em 2023. Desde lá sigo acumulando quilômetros, conquistas (os 8 Everestings são os mais conhecidos) treinando e testando mente, corpo, nutrição, recuperação. Passada a edição de 2022 com recordes significativos nas equipes que representaram o Brasil estou aguardando ansiosamente a confirmação da data da prova em 2023 e me preparando para mundial WTTC em novembro.


A RAAM larga no píer de Oceanside, Santa Mônica, em Los Angeles e cruza 12 estados. Os ciclistas cruzam dois desertos, Sonora e Mojave e sobem as três das piores montanhas que se pode subir de bicicleta na região (Sierra, Rocky e Appalachian).  Daí chegam em Anápolis, capital do estado de Maryland com altimetria acumulada total de 50.000 m. A prova sai do Oceano Pacífico, e termina no Oceano Atlântico.


Emilia durante a VRAAM / Acervo pessoal

O percurso passa por temperaturas no deserto que chegam a 50° e nas montanhas do Colorado que podem ser negativas. Ventos que não temos no Brasil que fazem a bicicleta ficar inclinada, tornados e chuvas fortes podem acontecer no cenário dessa longa travessia. Lugares inabitados requerem que as equipes se abasteçam de alimentos, água e gasolina afim de evitar abandonar a prova.


Ao longo dessa jornada, visuais deslumbrantes estão por toda parte: na California desde o litoral até o deserto de Borrego Springs, no Arizona e Utah como o Monument Valley, a Rota 66, as reservas indígenas dos Navajos, cidades históricas, lembranças do velho oeste, as montanhas magníficas do Colorado, um visual de tirar o fôlego, antigos campos de batalhas entre o Norte e Sul. São muitos km de pura emoção, que ficam para sempre na memória de quem participa. Eu não conheço ainda os Estados Unidos mas imagino cada um desses cenários só de ver os registros de quem já participou da prova.


Refrescando os joelhos / Acervo pessoal

A RAAM não se limita a ciclistas profissionais. É um evento aberto a todos que estiverem aptos a participar. Contudo, existem regras de qualificação para o solo.

A competição é dividida em solo, equipes de duas, quatro e oito pessoas. Sem dias de descanso, o limite para completar a corrida é de 12 dias tanto para o individual quanto para as equipes.


Atletas brasileiros finishers dessa prova solo: minha coach Dani Genovesi (2x campeã 2009 e 2019), o saudoso Claudio Clarindo e o Marcelo "Mixirica"


Ao contrário dos grandes Tours, a RAAM não é uma corrida de estágios, é um estágio contínuo, uma vez que o relógio começa, ele não para até a linha de chegada. É a prova do tempo mais longa do mundo … a derradeira corrida da verdade.


Focada e fazendo força / Acervo pessoal

Quando perguntado por quê? Alguns podem ecoar o sentimento de George Mallory sobre o Monte. Everest, “Porque está lá!” E eu? Sigo em busca dos meus EVERESTs e o maior deles a RAAM.


Emilia Bugarin, ultraciclista, 47 anos


Quer ajudar a Emilia realizar o projeto RAAM 2023? Entre em contato com ela pelo perfil no Instagram @emiliabugarin

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