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Exclusivo: conversamos com Juliano Salvadori, organizador do UCI Granfondo Pomerode 2024


uliano durante o briefing técnico / Divulgaçào

Falta pouco para segunda edição da UCI Gran Fondo World Series em Pomerode (SC). Depois do sucesso do ano passado, com mais de mil participantes de 11 países, a cidade mais alemã do Brasil se prepara para receber no dia 10 de novembro a única etapa seletiva na América do Sul para o Campeonato Mundial de Gran Fondo e de Medio Fondo da UCI de 2025. A organização espera aproximadamente 1.200 ciclistas vindos de diversos países. Para entender este sucesso, conversamos com Juliano Salvadori, organizador do evento para sabermos mais sobre a prova. Nosso rápido bate-papo segue abaixo....


1 - Planeta da Bike: O que levou a Riders a escolher a região de Pomerode(SC) para um Granfondo da União Ciclística Internacional (UCI) e como foi a aceitação da cidade e dos atletas após a edição passada?

Juliano Salvadori: " Nós escolhemos Pomerode por alguns motivos, primeiro que Santa Catarina tem uma região no interior muito bonita, conhecida como Vale Europeu, ela é turisticamente super difundida.


A cidade de Pomerode hoje é dita aí na mídia como a nova Gramado do Sul, com as novas atrações que tem lá. A cidade se estruturou muito para o turismo, mas o circuito do Vale Europeu tem aproximadamente 300 km de estradas, onde são pequenas cidades e localidades ao longo dela, o que nos permite fechar totalmente a rodovia e entregar segurança para os atletas.



Ano passado estive no Mundial da Escócia, esse ano no da Dinamarca, cada vez é mais difícil fechar o percurso onde tem rodovias, grandes cidades e grandes centros para entregar segurança e até autorização de fechamento de rodovia. E como é uma região de interior, a gente consegue fechar totalmente para entregar maior segurança. Segundo lugar é a questão logística, Pomerode fica super bem localizada geograficamente, muito próximo das margens da rodovia da BR-101, com dois aeroportos muito próximos, o de Navegantes, aqui em Balneário Camboriú, e o aeroporto de Joinville. Para quem vem de carro, pista totalmente duplicada, de São Paulo a Pomerode, de Curitiba a Pomerode, de Porto Alegre a Pomerode. Então temos uma acessibilidade muito fácil, além dela ser uma cidade, vamos dizer assim, co-irmã, co-ligada em Blumenau, que é um centro de mobilidade, um dos maiores do sul do Brasil. Desta forma temos muita estrutura, com padrão de segurança aqui de Santa Catarina e do sul do Brasil, além de ser uma cidade culturalmente muito bem cuidada, muito segura, muito bacana.


É uma experiência realmente europeia para quem vem para Santa Catarina. Por isso o nome do lugar é Vale Europeu e Pomerode é classificada como a cidade mais alemã do Brasil."


Largada no ano passado / Divulgação

02 - Planeta da Bike: O Brasil vem tendo reconhecimento cada vez maior no mundo do ciclismo, o que representa pra Riders ter uma prova de Ciclismo de Estrada chancelada pela UCI e classificatória para o Mundial da categoria?


Juliano Salvadori:  "O Brasil já teve grandes nomes no circuito do ProTour ao longo dos anos, grandes equipes, atletas como Murilo Fischer, Márcio Maia e muitos outros aqui de Santa Catarina no circuito mundial. Eu me criei sendo fã desses caras, assistindo a equipe Caloi e tudo mais, o time ao redor do mundo, e sempre estive inspirado pelo ciclismo de estrada, participando de LETAP, de Grand Fondo, Grand Fondo New York, pelo mundo. E quando eu tive a intenção de ter uma prova dessas no Brasil, quando eu vi a proporção em 2021, que a UCI Grand Fondo

Orchides tomou no mundo com os maiores Grand Fondos, fiz uma pesquisa e pensei, se vamos fazer alguma coisa no Brasil, aqui no Sul, vamos fazer uma prova que tenha realmente uma chancela mundial. Acompanhei muito o mercado de triatlo, vendo a proporção que o Ironman tomou no mundo, vi nascer e acompanhei aqui desde 2003 o Ironman Florianópolis.  E hoje, o UC Grand Fondo World Series, é basicamente, como os triatletas, amadores e de Age Group olham para o Ironman e para o Ironman do Havaí. O circuito mundial de ciclismo de estrada tem categorias de idade, Master, Sub-30, Feminino, tudo dentro de uma prova só para o mundial. Então acho que foi essa a maior intenção."


Camisa do kit da prova / Divulgação

03 - Planeta da Bike: UCI Granfondo Pomerode se destaca por ter dois percursos desafiadores, com bom acumulo de altimetria mas que se diferencia por ser uma prova acessível para ciclistas amadores e não só para galácticos. Outro quesito importante é a segurança, as vias vão estar fechadas, o evento contará com suporte da Polícia e ou outros órgãos governamentais? Fale sobre a segurança da prova em relação aos ciclistas.


Juliano Salvadori: " Nós temos uma parceria muito legal com o Governo do Estado, a Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina, além das prefeituras locais que garantem uma estrutura muito grande de escolta, fechamento, de rodovias, então o percurso é totalmente controlado, rodovias fechadas por eventos, super tranquilo, super seguro, além da região ter uma cultura muito grande da bicicleta. Então Santa Catarina tem um berço de cultura da bicicleta, Pomerode tem uma história com o ciclismo de estrada, há muitas décadas com a Copa Hans Fischer, que é uma das provas mais antigas do circuito nacional de estrada, então a população já é acostumada com esse perfil de evento, então acaba sendo muito mais fácil lidar e conviver, e eles até desfrutam da prova junto com a população, não é? "


Em relação ao percurso, a gente fez uma análise que a maioria dos granfondos de outras chancelas no Brasil tinham grande altimetria 2000 e pouco mais de 3000 metros de altimetria acumulada. Isso limitava muito a participação do atleta amador. Então, o que que acontecia? A gente vê provas aí com mais de 1000, 2000 inscritos, porém, na distância longa, 100 km com 3000 de altimetria, estão 30% dos inscritos e 70% estão na prova curta pela acessibilidade de percurso. Então, até olhando uma vertente mundial da UCI de transformar as provas qualifier mais acessíveis e deixar a prova mais dura para final do Mundial, a gente procurou fazer uma distância de Granfondo. Então a gente tem uma prova aqui de 120 km, com 1500 de altimetria e uma média de 80 km com 600 de altimetria. Ficando muito mais acessível para vários níveis de ciclista e tornando a prova muito mais disputada e acirrada para os mais experientes."

Juliano no mundial deste ano, na Dinamarca / Acervo pessoal

04 – Planeta da Bike: Granfondo é um tipo de prova que vem crescendo cada vez mais, no Brasil não é diferente, como a Riders enxerga este momento com a chegada de ciclistas mais jovens nesta modalidade?


Juliano Salvadori: "O ciclismo do Brasil estava se resumindo muito na estrada com ciclistas acima dos 30, 35 anos de idade, provas master. Com o Granfondo, a gente tem conseguido motivar o pessoal de várias idades. Na distância 120 km, o Gran Fondo é a partir de 18 anos de idade, classificatório para o Mundial, já na categoria 19 anos a 34.  E no médio fundo, temos a categoria Open, a partir de 15 anos de idade e tem tido uma procura muito legal.


Olhando as provas lá na Europa hoje, onde os jovens ciclistas competem com 14, 15 anos o desenvolvimento é fantástico, muito combativos, alguns tão jovens chegando perto das categorias de performance, a gente abriu para que eles pudessem já entrar numa prova do Circuito Mundial, para entenderem como é uma prova de pelotão e tem tido uma aceitação muito grande. Esperamos o crescimento dessas categorias de base, a gente espera ter jovens atletas cada vez mais no Granfondo, para que o Brasil volte a ter grandes equipes de ciclismo de estrada, não que não tenha grandes, só que grandes em quantidade no cenário nacional novamente."

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