Mil ciclistas participam da segunda edição da UCI Gran Fondo Brazil, celebrando sucesso em Pomerode (SC)
A cidade mais alemã do Brasil recebeu neste domingo (10 de novembro) a segunda edição da prova de ciclismo UCI Gran Fondo World Series Brazil, competição internacional que reuniu um pelotão de mil ciclistas vindos de oito países.
A prova é a única seletiva na América do Sul para o Campeonato Mundial de Gran Fondo e de Medio Fondo e classificou os 25% primeiros colocados de cada categoria para o Mundial que será realizado em outubro de 2025, na Austrália.
A maior prova de ciclismo de estrada do Sul do Brasil teve dois percursos no Vale Europeu: a Gran Fondo com 122km e 1.200 metros de altimetria acumulada e a Medio Fondo com 80km e 600 metros de altimetria total.
Com largada e chegada do centro de Pomerode, o percurso passou pelos municípios de Jaraguá do Sul, Timbó e Rio dos Cedros. Como no ano passado, a corrida foi transmitida ao vivo pelo Portal NSC Total e pelo canal de YouTube da emissora.
Os ciclistas foram divididos por faixas etárias de cinco em cinco anos, que largaram a partir das 7 horas em intervalos de um minuto.
O primeiro ciclista da Gran Fondo a cruzar a linha de chegada foi o paranaense Luan Carlos Rodrigues da Silva, de Curitiba. Luan, de 21 anos, que integra a equipe paulista ERT-Indaiatuba, completou o percurso em 2h57min06s, depois de superar no sprint o paulista Luís Henrique Flauzino (Seguralta-Rio Preto Ciclismo).
“A sensação de vencer aqui é inexplicável. Essa corrida foi um show. Tentei andar na frente o tempo todo e com 60km saltei com o Flauzino que andou comigo na frente. É difícil termos uma prova dessas no Brasil e, apesar de ser uma prova voltada a ciclistas não profissionais, a UCI Gran Fondo World Series Brazil de Pomerode foi mais difícil do que muitas outras provas do calendário nacional”, declarou o vencedor.
Na Gran Fondo feminina, a vitória foi da catarinense Bruna Lima (FMD Rio do Sul-Royal Ciclo-Bike Connect), que completou o percurso em 3h26min49s.
“Ano passado eu corri sozinha e fui vice-campeã. Este ano vim com outras duas companheiras de equipe e andamos juntas o tempo todo. Somos montanheiras e conhecemos bem a região. Este ano não consegui correr o Mundial na Dinamarca, mas ano que vem irei para a Austrália”, contou a ciclista de 37 anos que é médica especialista em medicina do esporte.
A categoria Open, incluída este ano no evento, mostrou que uma nova geração de ciclistas está surgindo com força no ciclismo nacional.
O paranaense de Cascavel, Miguel Bessani (Oggi Bikes-Bike House), de 17 anos, foi o mais rápido na Medio Fondo e venceu com mais de cinco minutos de vantagem e fechou o cronômetro em 1h54min24s.
“Eu passei seis meses na Europa este ano correndo pela equipe espanhola Bonillo. Hoje eu ataquei com 8km de prova e fui sozinho até o final. Fiz igual ao Pogacar”, contou o campeão geral da Open que não disfarçou a alegria com um enorme sorriso estampado no rosto.
No feminino, a jovem catarinense Maitê Vitória Coelho da Silva, de 16 anos, não deu chance às adversárias e liderou a prova do início ao fim com grande desenvoltura. Maitê, da equipe ERT-Indaiatuba e atual campeã brasileira de crono e estrada da categoria Juvenil, completou a prova em 2h02min03s.
“Estou me preparando para os Jogos Abertos de Santa Catarina e vim para me testar e pegar ritmo de prova. Eu abri vantagem logo na primeira serra e mantive o ritmo até o fim”, contou a vencedora que no ano que vem vai correr na Europa por uma equipe francesa.
A prova cresceu bastante em estrutura em relação ao ano passado. Este ano foram 100 staffs distribuídos ao longo do percurso que atuaram na sinalização e orientação dos ciclistas. A corrida contou com 30 motociclistas batedores da própria organização e outros 12 batedores da Polícia Militar Rodoviária Estadual, além de três ambulâncias e duas motocicletas de socorro rápido dos Bombeiros.
No percurso os participantes contaram com quatro pontos de hidratação e apoio mecânico. Na arena de largada, outras 80 pessoas completaram a equipe da organização.
Junto à arena, uma feira de expositores com as melhores marcas do mercado agitou o fim de semana em Pomerode.
E, para fechar com chave de ouro, a organização ofereceu a todo o público da cidade o show ao vivo da banda Dazaranha, de Florianópolis.
Antes da inclusão da prova brasileira no calendário mundial da UCI Gran Fondo World Series, brasileiros que desejassem disputar o campeonato mundial de Gran Fondo ou Medio Fondo teriam que buscar a classificação no Exterior.
Um exemplo disso é o catarinense Almir Antonio Krein, da categoria 55-59 anos, que em 2015 precisou viajar para a Áustria para tentar a classificação para o Mundial da modalidade, realizado na Eslovênia.
Krein conquistou a vaga para o mundial na Áustria e garantiu a vaga no Mundial com a 14 ª colocação em uma prova que reuniu ciclistas de 55 países.
"Eu estava bem na corrida. Andei escapado com outros três ciclistas, mas fui superado no sprint final. Ano passado tive problemas de saúde e não pude vir a Pomerode para me classificar. Este ano fiz uma prova cautelosa e, se classificar, vou sim para o Mundial na Austrália”, contou o ciclista que concluiu a prova de Pomerode na 10 ª colocação.
A seletiva em Pomerode atraiu vários estrangeiros, como o francês Thierry Barbier, de 63 anos, que aproveitou a viagem a Buenos Aires para disputar a Medio Fondo no Brasil e buscar a classificação para 2025.
"Gosto muito do Brasil. Eu já havia visitado este país anos atrás. Achei que a prova tem boa organização e o povo brasileiro é muito receptivo e amigável", disse o ciclista que reside em Paris e terminou na 13 ª colocação em sua categoria.
Outro ciclista que veio de longe foi o californiano Evan Damershek, de 62 anos, que visita o Brasil pela segunda vez. A primeira foi anos atrás para disputar o Ironman de Florianópolis. Damershek conta que optou pela Medio Fondo em Pomerode pela característica do percurso que tem altimetria amigável.
"O percurso em Pomerode me favorece, já que não tem muita subida", contou o ciclista que reside em Laguna Beach e tem como objetivo disputar o Mundial de Gran Fondo no ano que vem na Austrália.
O argentino Federico Miguel Gonzalez tem 41 anos e já disputou algumas provas de longa distância no Brasil. O ciclista que reside em Buenos Aires já correu em Bento Gonçalves (RS) e em Conservatória (RJ).
"Gosto muito do Brasil e das provas que realizam aqui. Tenho muitos amigos no País e convites para correr em outros lugares. Aqui em Pomerode é uma oportunidade de classificação", disse o ciclista que terminou na 49ª colocação.
Para o idealizador e organizador do evento Juliano Salvadori, a prova foi mais uma vez um sucesso.
“Tivemos praticamente o mesmo número de competidores do ano passado, mas conseguimos oferecer uma estrutura ainda maior. Tivemos inscritos de todas as regiões do Brasil e de países da América do Sul e do Norte e também da Europa. Entregamos uma prova de alto nível e vamos trabalhar para que a prova de 2025 seja ainda melhor”, declarou Salvadori.
O Diretor Técnico André Gohr também celebrou o sucesso do evento deste domingo em Pomerode.
“A prova foi muito boa. Conseguimos melhorar vários pontos em relação ao ano passado. O percurso ficou ainda melhor e acredito que somos uma das melhores provas de estrada do Brasil. Conseguimos viabilizar uma equipe enorme de staffs e batedores de motociclistas que fez com que a prova se desenrolasse sem nenhuma surpresa, sempre com o apoio da Polícia Militar Rodoviária de SC. Trouxemos as principais marcas do mercado para Pomerode para engrandecer o evento e estamos muito felizes com o resultado. Já estamos trabalhando no evento de 2025 para entregar um evento ainda melhor”, declarou Gohr.A terceira edição da UCI Gran Fondo World Series Brazil está confirmada no calendário mundial de 2025 para o dia 9 de novembro, em Pomerode (SC).
Todos os resultados estão no link: https://protiming.com.br/resultados/g-live.html?f=eventos%2F2024%2FGRAN-FONDO-2024%2FGRAN-FONDO-2024.clax
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