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Paris-Roubaix, O Inferno do Norte por Luiz Fortunato


Pelotão nos paralelepípedos / ASO - Pauline Ballet

Paris Roubaix,

O evento de um dia mais conhecido e esperado cenário do ciclismo mundial e, sem dúvida, o maior evento esportivo de ciclismo após o Tour de France, A Paris-Roubaix é um dos maiores anacronismos no esporte moderno. Em termos de dificuldade técnica, se assemelha a correr com um carro de Fórmula 1 em torno de um apertado circuito de ruas na Cidade de Mônaco. Paris-Roubaix nos remete ao início do ciclismo organizado, um evento que proporciona aos seus competidores uma experiência espetacularmente única e desafiadora. De acordo com seu ex-diretor de corrida, Jacques Goddet, “Paris–Roubaix é o último teste de loucura que o ciclismo coloca diante de seus participantes”.


Falando um pouco da Cidade que recebe a prova, ela está situada perto da fronteira da França com a Bélgica, a alguns quilômetros a sudeste de Lille, Roubaix havia se estabelecido como o centro têxtil do país no final do século XIX, valendo-lhe o apelido de “Manchester da França”.

A descrição de "O Inferno do Norte" como é conhecida, não decorre da terrível condição das estradas em que a Paris-Roubaix sempre foi contestada, como muitos dizem, mas da condição devastada do norte da França no rescaldo da Grande Guerra onde, na época, pouco que se sabia se ainda havia um caminho para Roubaix ou mais do que isso, se Roubaix ainda estava lá.



Um pouquinho de história é sempre legal, em 1982, incentivado pelo entusiasta de Roubaix, Jean-Claude Vallaeys, Leblanc escreveu um livro intitulado Les Pavés du Nord, que trouxe à tona muitos interessados que apoiaram a preservação do pavê, ou paralelos, ou paralelepípedos, ou cobbles, ou como queiram chamar, bem como aqueles que queriam as estradas asfaltadas, daquelas que de tão lisas pareciam mesas de bilhar. Segundo Leblanc, “As pessoas importantes da época, começaram a perceber que se não houvesse “pavê”, não poderia haver uma Paris-Roubaix.


Os temidos setores de paralelepípedos da Paris-Roubaix / Divulgação

No ano seguinte à publicação do livro de Leblanc, Surgiram os apoiadores e entusiastas em uma nova organização, a Les Amis de Paris-Roubaix. Eles adotaram uma abordagem em duas frentes, onde a maioria obviamente, saíram em busca de novos trechos de pavê que pudessem ser adicionados à rota de Roubaix e, graças a doações e voluntários, realizaram reparos em seções de paralelos existentes. Ao mesmo tempo, os membros mais influentes de Les Amis, passaram a fazer lobby junto a prefeitos e câmaras municipais, descobrindo que uma grande maioria deles estava ansiosa para ver e usar suas estradas pela atenção e status que a prova proporcionava. Cada “pavee sector” é um capítulo na história de 115 anos da Paris-Roubaix. Não há paralelos fáceis, são de difíciceis a infernais, e no dia da corrida não há escapatória para as barreiras e multidões de expectadores que cercam o percurso e cortam o acesso aos caminhos de terra, calhas de concreto e que podem com uma chuva, tornar a estrada um lamaçal terrível com paralelos e buracos por baixo.

Fortunato é apaixonado pela bicicleta / Alex Ward

Previsões particulares para o fim de semana de Paris-Roubaix nas corridas feminina e masculina que completam as Clássicas dos Paralelos na temporada de ciclismo. O embate feminino, creio eu que se dará com Elisa Longo Borghini, que terá uma grande tarefa para impedir que Lotte Kopecky vença o Paris-Roubaix Femmes, enquanto Mathieu van der Poel e Wout van Aert devem protagonizar a prova ao se enfrentarem no evento masculino.

Luiz Claudio Fortunato é Master Coach na Academia Bodytech, Core Health Fitness Master Instructor e Embaixador da Inteligent Cycling.

Peter Sagan, tricampeão do mundo com troféu em 2018 / A.S.O. / @paulineballet

Dados históricos Primeira edição - 1896 (127 anos) Edições - 119 até 2022 (não houve disputa durante as duas Guerras Mundiais)

Maiores vencedores - Roger De Vlaeminck (1972, 1974, 1975, 1977) e Tom Boonen (2005, 2008, 2009, 2012) ambos são belgas Último vencedor - Dylan van Baarle (2022) Onde assistir A Paris - Roubaix Feminina acontece amanhã às 10h15 com transmissão na ESPN e Star +. A edição masculina ocorre no dia seguinte, com início às 6h, com transmissão na ESPN e no Star+.

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