Chinesas seguem evolução no UCI World Cycling Centre de olho em Los Angeles 2028
Márcio de Miranda
há 11 minutos
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Mengyao Wang, Wanyi Liao e Quanquan Gu retornaram ao Centro Mundial de Ciclismo da UCI (CMC), na Suíça, no início de abril, dando sequência a um projeto de desenvolvimento de longo prazo voltado ao fortalecimento do BMX Racing na China. As três atletas, que já haviam participado de um período de treinos no centro em novembro do ano passado, foram selecionadas em um processo de identificação de talentos liderado pelo treinador de BMX Racing do UCI WCC, Twan van Gendt.
A estadia atual faz parte da segunda fase de uma estratégia multianual realizada em parceria com a Associação Chinesa de Ciclismo, com foco nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. Além das atletas, treinadores chineses também estão envolvidos na iniciativa, acompanhando o trabalho para absorver conhecimentos e metodologias.
O principal objetivo das atletas para 2025 são os 15º Jogos Nacionais da República Popular da China, evento multiesportivo que acontece entre 9 e 21 de novembro. Devido aos compromissos de preparação com suas respectivas equipes provinciais, alguns atletas inicialmente selecionados para o programa não puderam participar desta fase.
Segundo Van Gendt, tricampeão olímpico e campeão mundial da UCI em 2019, a evolução das jovens chinesas desde a primeira passagem pelo centro é visível. “Elas melhoraram especialmente nas habilidades com a bicicleta. Quando chegaram, já eram fortes fisicamente e sabiam sprintar, mas faltava o controle técnico – como aterrissar corretamente ou se posicionar no ar. Agora, estão cada vez melhores nesse aspecto”, avaliou.
Durante a temporada na Europa, Mengyao, Wanyi e Quanquan estão participando de competições para se acostumar às pistas locais, que têm características mais rápidas e técnicas do que as pistas chinesas. Para isso, ajustes nos equipamentos vêm sendo realizados de forma gradual.
No último final de semana, Wanyi Liao alcançou a final da terceira etapa da Copa Europeia de BMX Racing, disputada em Zolder, na Bélgica. “Nosso objetivo não era o resultado, mas sim oferecer a elas um parâmetro para entenderem o nível atual e onde precisam chegar. Já alcançar uma final foi excelente”, destacou Van Gendt.
Ciente dos desafios, Wanyi reconheceu as diferenças. “Em Zolder, percebi a distância que ainda existe em relação às meninas da Europa. Quero me concentrar nos detalhes técnicos, como saltos, manuais, duplos manuais e na saída do gate. Estar aqui por tanto tempo é muito valioso e me motiva a trabalhar duro. Às vezes é estressante, mas o Twan sabe aliviar essa pressão. Treinar com os rapazes também é muito bom, pois vejo o quanto eles são confiantes e como se divertem na pista”, comentou.
O treinador destacou ainda os benefícios da integração entre os atletas chineses e o grupo permanente do UCI CMC. “As chinesas treinam junto com nossos atletas, absorvendo técnicas e comportamento. Ao mesmo tempo, nossos alunos aprendem sobre uma nova cultura. O ambiente de equipe é muito positivo, tanto nos treinos quanto nas competições. Todos se apoiam e se ajudam, o que é fantástico de ver”, concluiu Van Gendt.
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